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A dieta vegetariana prejudica a performance?

Atualizado: 6 de mai. de 2019

Para começar, vamos deixar claro que há diferentes definições das práticas vegetarianas:


· Vegan ou vegana: não contem nenhum produto de origem animal.

· Lactoovovegetariana: inclui produtos lácteos e ovos.

· Semivegetariana: pode incluir pequenas quantidades ou consumo esporádico de determinados tipos de carne.





Apesar dessas diferenças de definições, a resposta para a pergunta acima é a mesma: NÃO, a prática vegetariana não prejudica a performance. Pelo contrário, muitos atletas já mostraram que é perfeitamente possível ser um atleta de ponta e não consumir produtos de origem animal.

A prática vegetariana está associada a inúmeros benefícios à saúde: menos risco de doenças cardiovasculares, níveis mais baixos da lipoproteína de baixa densidade (LDL), menor pressão arterial, menor incidência de diabetes e de alguns tipos de cânceres. Esses benefícios se dão principalmente pelo fato de que pessoas que não comem (ou evitam) produtos de origem animal acabam tendo uma alimentação com maior quantidade e variedade de alimentos integrais e ricos em fibras, vitaminas, minerais, antioxidantes e fitoquímicos.


Essa diversidade de antioxidantes e fitoquímicos tem efeito benéfico para um atleta. Exercícios muito prolongados ou de alta intensidade (ou os dois) acabam por afetar o sistema imunológico, suprimindo-o. Dietas ricas em ‘gorduras ruins’ e más escolhas alimentares aceleram a imunossupressão induzida pelo exercício físico. Por outro lado, o consumo adequado de determinados nutrientes (folato, carotenoides, B6, B12, C, E, zinco, cobre, ferro e selênio) por atletas reduz essa imunossupressão. Os carotenoides, por exemplo, são conhecidos por melhorarem a função imunológica. Por isso, a dieta vegetariana auxilia na manutenção do sistema imune de um atleta, evitando doenças recorrentes.


Outro beneficio trazido pelo vegetarianismo é a maior quantidade de antioxidantes ingerida por esses atletas. O exercício físico provoca um aumento dos radicais livres e do estresse oxidativo no organismo. Contudo, suplementar apenas os nutrientes antioxidantes não tem efeito positivo na recuperação muscular, podendo até prejudicá-la. Quando esses antioxidantes vêm da alimentação, há sinergia entre nutrientes e fitoquímicos, prevenindo o estresse oxidativo causado pelo exercício. Assim, há uma melhora na recuperação muscular e na preparação o próximo treino.

Alguns cuidados devem ser tomados com essas práticas, pois pode existir a deficiência de alguns nutrientes (ferro e B12, por exemplo). Mas nada que uma dieta bem calculada e balanceada não consiga contornar.


Baseado em:

1) YAVARI, Abbas et al. Exercise-Induced Oxidative Stress and Dietary Antioxidants .Asian J Sports Med. 2015 March; 6(1): e24898.

2) FERREIRA, Lucas Guimarães; BURINI, Roberto Carlos; MAIA, Adriano Fortes. Dietas Vegetarianas e Desempenho Esportivo. Rev. Nutr. Campinas, 19(4): 469-477. Jul/ago, 2006.

3) FUHRMAN, Joel; FERRERI, Deana M. Fueling the Vegetarian (Vegan) Athlete. Current Sports Medicine Reports. V. 9(4). July/ August 2010.


Eduarda Naoum

Tel: (61) 99279.7799

Instagram: @dudanaoumnutri

CRN: 6666

Formação:

- Graduada em Nutrição pela Univerdade Católica de Brasília

- Pós-graduada em Nutrição Clínica pela Instituição Ganep

- Pós-graduada em Nutrição Esportiva (Nutrition for Health and Human Performance) pela Universidade de Miami.

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